segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Saudades


Vi quando ela chegou... sentou-se distante, apenas a observar... logo retirou-se. Voltou assim que o novo dia nasceu, e mais uma vez cumpriu sua empreitada, ao longe, observou. Virou rotina... a cada novo encontro, ela se aproximava um pouco mais. Sentia todo meu corpo se retesar; o seu olhar era frio, e pairava sobre mim.
Um dia, sentou-se mais perto, bem perto... Não se foi mais! Deitou-se comigo, bem ao meu lado em minha cama. Suas mãos afagavam meus cabelos, e tornaram minhas noites mais longas... sua presença me deixara de olhos bem abertos, vi os dias nascerem, e em cada novo dia, todo meu corpo reclamar... cansado, abatido, infeliz...  Ela se instalara enfim... todas as noites já são iguais, todos os dias são cinzentos... sem sorrisos, músicas, passos.. apenas ela... essa saudade sem fim...

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